Em uma época de dúvida e de questionamento do que se sabia até então, Sir Francis Bacon buscou um “verdadeiro e extraordinário progresso do saber”, assim como uma “reforma total do conhecimento humano”. Para que tal fosse alcançado ele deixou marcado o caminho a seguir. As descobertas e invenções científicas resultantes dariam ao homem o controle sobre as forças da natureza -“saber é poder”.
A este projeto foi dado o nome de Grande Instauração. Ele abrangia seis partes, sendo a primeira, a classificação completa das ciências existentes; a segunda, a apresentação dos princípios de um novo método para conduzir a busca da verdade; a terceira, uma coleta de dados empíricos; a quarta, uma série de exemplos de aplicação do método; a quinta, uma lista de generalizações de suficiente interesse para mostrar o avanço permitido pelo novo método e a sexta, a nova filosofia que iria apresentar o resultado final organizado num sistema completo de axiomas.
O plano de Bacon não foi levado ao fim, restando referentes a ele apenas três obras. São elas: o De Dignitate et Augmentis Scientarum, que descreve a primeira parte, o Novum Organum, ligado à segunda parte e o História Natural, referente à terceira parte. Contudo, estas obras encontram-se distantes do que Sir Francis almejava.
Bacon dá início ao seu ambicioso projeto, descrito no Novum Organum, através da crítica aos que o antecederam. A eles, ele diz que não devemos ser como aranhas que fiam tirando do seu próprio interior, nem como formigas, que simplesmente recolhem, mas como abelhas que recolhem com um objetivo em mente.
Sir Francis reconhecia que os seus predecessores possuíam “inteligências fortes e agudas”, mas via que, por estarem “enclausurados nas celas dos mosteiros e nas universidades, mais atravancaram as ciências do que concorreram para aumentar-lhes o peso”. Eles chegavam a conclusões através das suas análises pessoais e não através da observação prática. Com estas bases, eles teciam