Bruno Costa
Dezembro, 2010
Índice
1. Introdução 3 2. Stress no trabalho 4 3. Suicídio no trabalho 7 4. Caso France Télécom 12 5. Empresas com Responsabilidade Social 15 6. Conclusão 17 7. Bibliografia 19
1. Introdução
O tema deste ensaio é o mal-estar no trabalho. Numa altura em que as preocupações ecológicas tornaram-se, finalmente, preponderantes, a questão da saúde física e mental no trabalho, do ambiente dos assalariados no quadro da sua actividade, permanece curiosamente muito acessória no debate público e político. Face aos riscos psicossociais daí decorrentes, as respostas habituais das grandes organizações limitam-se à criação de células psicológicas ou linhas verdes de apoio. Como para auxiliar vítimas de uma grande catástrofe. Como se o desespero fosse um acaso, que atinge um empregado ou outro, um golpe do destino, uma fatalidade pontual.
Existe uma clara dificuldade em encontrar estatísticas fiáveis sobre o problema. Na verdade, as organizações tendem, por evidentes questões de imagem, a definir as dificuldades pessoais como as causas do mesmo. No entanto, a realidade dos factos sugere o contrário. O que é certo é que, consensualmente, verifica-se, a partir dos anos 90, um aumento exponencial dos problemas reportados, físicos e psicológicos, ligados ao mal-estar no trabalho, e isso em todo o mundo. Contudo, escasseiam as doenças ligadas ao trabalho reconhecidas como tal, graças ao lobbying intensivo das organizações.
A consequência mais dramática do mal-estar dos trabalhadores verifica-se quando estes recorrem ao suicídio por motivos laborais. Este tema constitui uma das chamadas zonas de sombra e silêncio da sociedade. Os escassos estudos existentes evidenciam claramente que esta causa de morte violenta está subestimada. Tabu, certamente por razões morais e religiosas no mundo ocidental, e por questões de reputação no mundo empresarial, o suicídio tem